terça-feira, 5 de março de 2013

Reflexões do Assessor Nacional da JMV a propósito da Carta Apostólica do Papa Bento XVI

2012/2013
Apresento, em seguida, um brevíssimo resumo da Carta Apostólica de Bento XVI, «A Porta da Fé», pois, penso ser um excelente subsídio pastoral que deve ser conhecido e tido em conta na hora de definir os objectivos e de programar as actividades do próximo Ano Pastoral.
1. A«Porta da fé» (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós.
É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessá-la implica embrenhar-se num caminho que tem início no baptismo e apenas conclui com a passagem através da morte para vida eterna. 
2. O Papa recorda como tem insistido desde o início do seu pontificado na necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Constata que muitas vezes os cristãos preocupam-se mais com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé. Enquanto no passado era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje, parece que, em grandes sectores da sociedade, já não é assim, devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.
4. Daí a decisão de proclamar um Ano da Fé, que se iniciará a 11 de Outubro de 2012 e terminará na solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo a 24 de Novembro de 2013. Sublinhado com a comemoração do cinquentenário do II Concílio Vaticano e os 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica e a realização da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos (Outubro 2012): A nova evangelização para a transmissão da fé Cristã.
6. Em um dos documentos do Concílio afirma-se: «que a renovação da Igreja realiza-se através do testemunho prestado pela vida dos crentes» (LG 8), nesta perspectiva, o Ano da fé, deve ser acolhido com um convite a uma autêntica e renovada conversão ao Senhor.
7. E, sublinha o Papa, hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor de uma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de graça e de alegria.
9. Por tudo isto, nos convida o Santo Padre a confessar a fé com renovada convicção; por exemplo a fazer do Credo nossa oração diária; a intensificar a celebração da fé, particularmente na Eucaristia; e a um testemunho de vida que cresça na credibilidade. Em suma, a descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada.
10. Que nas comunidades cristãs, diz o Papa, se organizem percursos que ajudem a compreender melhor os conteúdos da fé e o acto pelo qual decidimos entregar-nos a Deus (cf. Rom. 10, 10). O conhecimento dos conteúdos não é suficiente, no entanto, é essencial para se dar o próprio assentimento com inteligência e vontade. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceite livremente todo o mistério da fé.
11 e 12. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem e devem encontrar no Catecismo da Igreja Católica um subsídio precioso e indispensável, nomeadamente, como grande instrumento de apoio para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural.
13. Será decisivo, igualmente, repassar os dois mil anos da história da nossa fé e recordar o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado.
14. Recorda o Papa, a concluir, que O Ano da Fé é, por tudo isso, uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente. É a fé que permite reconhecer Cristo sempre que se faz próximo de nós nos pobres e doentes.
15. Afé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do ressuscitado no mundo.
Assim o possamos meditar para redescobrir a alegria de crer e de comunicar, testemunhando com obras e verdade, a fé em que, pelo baptismo, fomos enxertados.

Sem comentários:

Enviar um comentário